Marcha pela Vida na Cidade do México, em abril de 2017 (foto: divulgação).| Foto:

O México de hoje se assemelha ao Brasil em questões que vão muito além da economia “emergente” e dos índices alarmantes de violência. Por lá, eles também terão eleições presidenciais e legislativas em 2018 e, como aqui, o espectro político é uma bagunça, com partidos que seriam supostamente antagônicos na ideologia firmando alianças escandalosas motivadas por mera distribuição de cargos. Além disso, assim como no Brasil da era PT, o governo atual tentou desprezar os valores morais de seu povo, impondo uma série de políticas inspiradas na ideologia de gênero e no lobby gay, mas foi forçado a recuar dada a intensidade da reação nas ruas.

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A Frente Nacional por la Familia foi, sem dúvida, a instituição protagonista dessa resistência e, mesmo que tenha apenas dois anos de formalização, chega para as eleições de 2018 com uma madura plataforma de temas a serem apresentados aos candidatos. Antes disso, porém, dará mais uma demonstração de força e representatividade na Marcha pela Vida 2018, que ocorre neste sábado (28/04) em várias cidades do país.

Recomendo seriamente a todas as lideranças engajadas nas causas pró-vida e pró-família a leitura atenta do artigo a seguir e do documento cujo link está no fim do texto. Ele certamente renderá ideias valiosas que podem ser adaptadas e aplicadas no Brasil.

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Como a Frente Nacional pela Família está se organizando no México para as eleições de julho

Assim como o Brasil, o México terá eleições neste ano – e a Frente Nacional pela Família tem uma plataforma muito bem estruturada para apresentar aos candidatos.

Rodrigo Iván Cortés, Presidente da Frente Nacional pela Família, México
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Ao vislumbrar o panorama internacional em geral e o do México em particular, podemos nos dar conta de vários problemas que precisam ser enfrentados. A família é o elemento chave e fundamental de qualquer sociedade. Diante dos graves problemas que temos no México em vários campos, se não dermos atenção à família não haverá maneira de desenvolver este país e responder a esses grandes desafios, porque sem a família não há futuro.

Vejamos alguns exemplos: é na família que se acolhe a nova vida e se dá a ela a proteção necessária para que possa subsistir e ter a melhor existência possível. Não se pode sair da pobreza senão em família. Não se pode melhorar a educação senão com a família como elemento chave da comunidade educativa. Podemos ver como os grandes males, como a corrupção e a impunidade, acabam afetando de maneira terrível a família. Esses recursos que não chegam aos hospitais para atender aos doentes causam muito dano, porque quem mais sofre é justamente a família que se preocupa e se ocupa pela saúde dos seus membros.

Há um contraste severo e lamentável entre como os mexicanos valorizam a família e como valorizam a classe política. Se analisarmos bem, não há nenhuma pesquisa em que a família não seja apontada como aquilo que mais se valoriza. Os mexicanos põem acima de tudo a família – ela é o que mais importa, é onde se recebe o maior apoio. Lá embaixo no ranking, onde se chega àquilo que não tem sequer valoração positiva, mas negativa, estão os políticos, os partidos, os governadores, os legisladores. Temos visto como as políticas públicas, as leis, as resoluções judiciais – ou seja, os três poderes da União, que são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário – são os que têm sistematicamente afetado, debilitado e tergiversado a questão familiar.

Nesse sentido, a Frente Nacional pela Família (FNF) é a principal oposição. A FNF nasceu em 2016, quando o presidente Enrique Peña Nieto, em 17 de maio, propôs uma iniciativa para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de ter anunciado uma série de medidas que subordinavam a política externa e interna do México à ideologia de gênero. Nesse momento nos propusemos a tarefa de canalizar a cidadania da família que então emergia – um canal pelo qual se puseram em ação e marcharam mais de dois milhões de pessoas em mais de 130 cidades do país.

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Diante da cidadania da família que entrava em ação, se conseguiu um efeito tal que o mesmíssimo grupo parlamentar do partido do presidente teve que dizer “não” a ele e deteve a iniciativa presidencial. Além disso, em subsequentes reuniões que tivemos com a Secretaria de Educação, foram detidas as tentativas de ideologizar os menores de idade por essa via e em geral se pôde mostrar que, neste país, a família importa.

E agora, para onde vamos? Encontramo-nos em uma conjuntura muito relevante, já que os destinos da nação serão decididos com a renovação do Poder Legislativo e do Executivo nas eleições deste ano. Vemos um risco enorme de que essas más políticas, essas más leis, voltem a tentar imperar na esfera pública, com uma agressiva agenda da cultura da morte que se anuncia com partidos como o MORENA e o PRD, que estão em coligações diferentes, mas que possuem a mesma agenda.

A FNF realizou um esforço sério para propor uma plataforma, com diagnósticos qualitativos e quantitativos das diversas problemáticas do país, gerando propostas de legislação e políticas públicas à luz do que consideramos o núcleo da proposta: uma cultura da vida, com perspectiva de família, para alcançar a justiça e o desenvolvimento no México. Com essa plataforma, contribuímos com critérios e propostas que consigam incidir de maneira proativa, positiva e sinérgica nas próximas eleições, tanto para a renovação do Poder Executivo como para a do Legislativo.

As quatro esferas chave que constituem o coração da proposta são a vida e a família como eixo vertical e a justiça e o desenvolvimento como eixo horizontal. Essas quatro esferas se cruzam de tal maneira que geram 15 eixos que apresentam propostas muito concretas de políticas públicas ou reformas legislativas para que este país possa melhorar e realmente se reorientar para o bem comum.

Falamos de temas tão relevantes como o direito à vida e a importância da instituição do casamento, mas também abordamos desde essa perspectiva de cultura da vida e perspectiva de família as relações entre a família e o direito à vida, o meio ambiente, a saúde, o combate e a prevenção de dependências, a migração, a educação, a economia, o emprego, o direito dos pais de educar os filhos, a juventude, a mulher, a instituição do casamento, o combate à corrupção, a segurança e o direito à liberdade religiosa. Trata-se de 15 eixos temáticos que constituem uma plataforma completa à qual convidamos formalmente a todos que se somem, que a abracem, para que todos no México saibam que a família importa.

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Desejamos uma cultura do encontro onde, em termos cívicos, se dê uma autêntica representação. Queremos que haja correspondência entre os representantes e os representados, entre os que valorizam e agem pela vida e pela família e aqueles que querem nos representar. Estamos apresentando essa plataforma a todos os candidatos que estão dispostos a nos escutar, solicitando que se definam, para que então possamos definir o nosso voto de maneira informada e congruente com uma agenda pró-vida e pró-família, pró-justiça e pró-desenvolvimento. Tudo para que no dia 1º de julho possamos ter mais representantes e começar a reduzir esse abismo tão grande, esse desencontro tão atroz, entre representantes e representados. Precisamos, por isso, que as pessoas nos ajudem a fazer uma forte campanha paralela de adesão a essa plataforma de vida e família com justiça e desenvolvimento, para que possamos nos erguer e mandar uma mensagem sonora e contundente de que a família importa.

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Infográfico da plataforma da Frente Nacional por la Familia, mostrando os temas de que tratam suas propostas:

 

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Acesse o documento com o resumo da plataforma da Frente Nacional por la Familia

 

O artigo publicado originalmente em espanhol pelo site Actuall.

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