Imagem: Franck Bessiere/Hans Lucas/La Croix
Imagem: Franck Bessiere/Hans Lucas/La Croix| Foto:

Em fevereiro de 2018, a Irmã André completa 114 anos de idade. Desde outubro, ela é a pessoa mais velha da França e a nona pessoa mais velha do mundo. Membro da companhia das Filhas da Caridade, um instituto secular fundado por São Vicente de Paulo no século XVII, ela vive desde 2009 no sul da França, na cidade de Toulon, em um lar da companhia para membros idosos.

Ela nasceu com o nome de Lucille Randon, em 1904, em Alès, em uma família protestante. A sua família, porém, não praticava mais a fé – o seu avô tinha sido pastor e a família se entediava com os seus longos sermões. Ela se sentiu incomodada com o abandono da prática e seguiu em busca de um caminho de seguimento cristão. Aos 27, se tornou católica.

Lúcida, irmã André se lembra bem dos eventos que presenciou no século XX. Sua melhor lembrança é o fim da Primeira Guerra Mundial – quando ela tinha 14 anos. “Eu tinha dois irmãos no front”, conta ao jornal La Croix. “Quando foi assinado o armistício, as mães e irmãs de Alès se deram os braços e saíram cantando nas ruas La Marseillaise [o hino da França]. Eu tinha o coração repleto de alegria!”

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Durante a juventude, ela trabalhou como professora e governanta em diversas famílias, incluindo os Peugeot – sim, eles mesmos. Foi só aos 40 anos que ela entrou na companhia das Filhas da Caridade, tomando o nome de André em homenagem ao seu irmão, que tinha sido como que “um pai e uma mãe” para ela.

Em plena Segunda Guerra Mundial, ela começou a trabalhar em um hospital em Vichy, no centro da França, onde havia muitos idosos e crianças. “Algumas eram órfãs, outras eram deixadas ali pelos pais que não tinham mais como sustentá-las”, conta. Irmã André trabalhou ali por 30 anos. Continuou trabalhando em outras frentes até os 104 anos.

“Quando meus irmãos morreram, eu tinha 70 anos. Achei que logo chegaria minha vez. Mas não”, diz a leiga consagrada. Hoje cega, lamenta que não pode mais “ler, escrever, desenhar, bordar e tricotar”. Mas gosta de apreciar o clima gostoso da região em que mora. “O bom Senhor me guiou bem”, reflete.

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