Do ponto de vista pró-vida, a maioria das entidades em defesa das crianças e adolescentes mais badaladas do país são historicamente omissas. Apesar da relação óbvia entre a vida intrauterina e a infância, desejo boa sorte a quem procurar uma manifestação pública em defesa da vida dos bebês em gestação feita por uma dessas instituições que adoram aparecer como exemplo de virtude em reportagens comoventes. Outro hábito dessas entidades é o uso de verba pública. Quando o fazem para financiar projetos, é preciso reconhecer que muitos são realmente louváveis, mas uma análise um pouquinho mais atenta mostra que elas também costumam dar outros destinos ao dinheiro do contribuinte.
Querem um exemplo? Tive a oportunidade de acompanhar nesta segunda-feira (18/03) a posse dos novos conselheiros que formam o CONANDA, Conselho Nacional de Direitos Infância e Adolescência. No decorrer da cerimônia, a secretária-adjunta da SNDCA (Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), Viviane Petinelli, que conduzia a sessão, revelou que cada reunião do Conselho custa nada menos que R$ 40 mil aos cofres públicos – R$ 33 mil só em passagens aéreas. A sessão de posse, em especial, foi um pouco mais cara. Custou em torno de R$ 100 mil.
Não estou questionando a importância das ações que desenvolvem – algumas podem ser brilhantes, outras nem tanto -, mas sim a necessidade de se gastar quantias como essa para uma reunião que dura poucas horas e que não vai muito além da emissão de opiniões. No momento em que vivemos, com o corte de gastos públicos consolidado como consenso e missão de todos, será que nunca passou pela cabeça dos conselheiros que o dinheiro que paga seu voo, seu hotel, sua ducha quente, seu jantar, é o mesmo que podia ser usado em ações que fariam diferença de verdade na vida das crianças?
Aos que se sentem igualmente incomodados com esse desperdício, compartilho a lista de instituições da sociedade civil que compõe o CONANDA. São os representantes delas que têm todas as despesas pagas pelo governo federal quando vão até Brasília para conversar. Vejam, tirem suas próprias conclusões e cobrem mais responsabilidade com o nosso dinheiro.
| – Fundação Fé e Alegria do Brasil |
| – Movimento Pro Convivência Familiar e Comunitária |
| – Associação Internacional Maylé Sara Kali |
| – Casa da Cultura Ilê Asè D’ Osoguâ – CCIAO |
| – ArtJovem LGBT |
| – Movimento Nacional de Menino e Meninas de Rua – MNMMR |
| – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG |
| – Articulação Brasileira de Gays – ARTGAY |
| – Federação Nacional das Associações Pestalozzi |
| – Articulação Brasileira de Lésbicas |
| – Centro de Educação e Cultura Popular – CECUP |
| – Associação Nacional Criança Não é de Rua |
| – Conselho Federal de Psicologia – CFP |
| – Associação Fazendo História |
| – Instituto Alana |
| – Rede ECPAT Brasil |
| – Central Única Dos Trabalhadores – CUT |
| – Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil |
| – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB |
| – Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança e do Adolescente |
| – Gabinete de Assessoria Júridica as Organizações Populares – GAJOP |
| – Febraeda – Federação Brasileira de Associações Socioeducativas de Adolescentes |
| – Instituto Vida São Paulo |
| – ASBRAD – Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude |
| – Federação Brasileira das Associações Cristãs de Moços – ACM |
| – Conselho Federal de Serviço Social – CFESS |
| – Inpetoria São João Bosco Salesianos |
| – Educação e Mobillização Social – Avante |
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