Divulgação
Divulgação| Foto:

Depois do impeachment da presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye, envolvida em um caso de tráfico de influência e destituída no último dia 10, o país teve novas eleições nesta terça-feira, 9 de maio. O líder do Partido Democrático, o advogado católico Moon Jae-in, de 63 anos, foi o vitorioso e assume amanhã como presidente da Coreia do Sul.

Moon foi o oponente de Park nas eleições de 2012, mas com a crise do partido da ex-presidente – que acabou até mudando de nome – as chances de o advogado assumir a presidência aumentaram consideravelmente.

Durante a campanha, Moon disse que quer se dirigir “mais a Pyongyang que a Washington”, deixando claro que dará prioridade ao restabelecimento de relações com a Coreia do Norte e deixará em segundo plano as relações com os Estados Unidos. O novo presidente é filho de coreanos do norte da península, que fugiram para o sul durante a Guerra da Coreia, que dividiu o país.

Ele chegou a ser preso em 1975 por protestar contra a ditadura liderada por Park Chung Hee, o pai da ex-presidente. Moon se liga politicamente aos ex-presidentes Kim Dae-jung (1998-2003), que também era católico, e Roh Moo-hyun (2003-2008), de cujo governo participou.

Ambos se caracterizaram por tentar se reaproximar da Coreia do Norte e protagonizaram os únicos dois encontros entre chefes de estado dos dois países, em 2000 e 2007, os dois com Kim Jong-il, morto em 2011. O esforço rendeu o Nobel da Paz a Kim Dae-jung em 2000.

Primeira-ministra Theresa May diz que sua fé a ajuda com as decisões sobre o Brexit

Catolicismo na Coreia

O empenho pela reaproximação agrada à Igreja Católica do país, que vê aí possibilidades de atender os fiéis norte-coreanos, que são menos de 1% do país e precisam praticar a sua fé clandestinamente. A Igreja Católica sul-coreana é forte, com 16 dioceses e 46 bispos, dos quais dois cardeais. O papa Francisco visitou o país em 2014. João Paulo II esteve lá duas vezes, em 1984 e 1989.

Na Coreia do Sul, 7,9% dos habitantes são católicos. Os protestantes são 19,7% e os budistas 15,5%. A grande maioria, 56,9%, não pertence a nenhuma denominação religiosa – o que significa que praticam o xamanismo nativo da região ou não têm nenhuma prática religiosa.

Já no norte, a Igreja Católica vive na clandestinidade. Na década de 1940, todos os padres foram mortos ou sequestrados. O bispo de Pyongyang, Francis Hong Yong-ho, foi preso em 1949 pelo regime comunista e desde então dado como desaparecido. O arcebispo de Seul passou a ser nomeado administrador apostólico da circunscrição – uma espécie de bispo interino. A morte de Hong só foi confirmada em 2013, embora não se conheça o ano em que ele faleceu.

 

Com informações do Vatican Insider.

*****

Recomendamos também:

***

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter.

Deixe sua opinião