Facebook/Marina de Menezes
Facebook/Marina de Menezes| Foto:

O marido de uma brasileira que vive há oito anos e meio no México saiu de casa sem avisá-la e levou consigo os dois filhos do casal, depois que ela começou a reagir às suas agressões. Esse é o drama relatado por Marina de Menezes num vídeo postado no Facebook, na última quinta-feira (25/08) no qual pede ajuda para poder voltar a ver os filhos, David, de 6 anos, e Olívia, de 3.

De acordo com Marina, depois que ela reagiu às agressões físicas e psicológicas que sofria em casa, o marido levou as crianças para a Cidade do México, a 2.700 km de Tijuana, onde vivia o casal, em março deste ano e não deixa que ela os veja, desde então.

“Na última vez em que ele me agrediu, ele tentou me enforcar e me deixou inconsciente por alguns minutos. As últimas coisas que eu lembro de ter escutado foram os choros e os gritos dos meus filhos pedindo para ele parar”, conta ela, no vídeo, em que aparece chorando.

Em entrevista à revista Crescer, Marina disse que os casos de agressão física começaram há mais de dois anos, quando sua caçula tinha 9 meses. “Ele veio para cima de mim e eu estava com a bebê nos braços. Não pude nem me defender. Virei meu corpo para proteger a bebê e deixei ele me bater”, lembra.

“Se o copo das crianças não estava guardado no lugar certo, por exemplo, ele dizia que eu não fazia nada direito e jogava o objeto na minha cara”, conta Marina. Os casos de agressão continuaram até que um dia, cansada, ela decidiu reagir e denunciar o marido. Algum tempo depois, eles decidiram entrar com um processo de divórcio.

Filhos acham que ela os abandonou

Em março deste ano, Marina estava no trabalho e, ao voltar para a casa, encontrou tudo vazio. “Até a roupa que estava dentro da máquina de lavar tinha sumido”, lembra. Ela, então, ligou para o marido, que avisou que estava na Cidade do México, porque tinha tirado férias e decidiu levar as crianças. No telefone, ela argumentou que eles estavam no meio de um processo de divórcio e pediu que ele, por favor, voltasse. “Vou ali procurar um voo para voltar e já te ligo”, ele teria respondido, em tom de deboche. Então, não deixou mais que Marina se comunicasse com os filhos ou que os visitasse.

“Mando mensagens todos os dias, ligo, já fui à Cidade do México três vezes para tentar ver os meus filhos e nada”, disse Marina. Abraham estaria com as crianças na casa dos pais dele. Ela disse que, há um mês, no final de julho, quando Olívia, a caçula, completou 3 anos, ele deixou que ela falasse com a menina pelo telefone.

Na conversa, ela percebeu que a família do marido tinha dito às crianças que ela é que não queria mais vê-las. “Dá para ver nitidamente que meu filho está sendo manipulado. Quando perguntei à Olívia se o irmão dela não queria falar comigo, ela respondeu: ‘Não, mamãe. Ele não gosta de você porque você deixou a gente aqui’”, disse Marina, à reportagem da Crescer. Marina tem sabido através de terceiros que David, que tem tendência à depressão, está mais introvertido e passou a causar ferimentos em si mesmo.

Processo iniciado pelo marido foi derrubado, mas juíza não reconhece

“Você deve ter feito alguma coisa para irritá-lo. Você deve ter merecido apanhar”: essa foi a resposta que Marina disse ter ouvido quando denunciou a agressão. Com a ajuda de um advogado e do consulado brasileiro no México, Marina tenta resolver a situação.

“A gente não sabe a força que tem até que ser forte seja nossa única opção”, diz ela, que postou o vídeo no Facebook na tentativa de ganhar apoio popular e fazer algum tipo de pressão na justiça mexicana, que ela diz privilegiar Abraham, que é natural de lá. O vídeo já tem mais de 250 mil visualizações e mais de seis mil compartilhamentos.

Existem dois processos de divórcio abertos: um na Cidade do México, iniciado por Abraham, e outro, em Tijuana, iniciado por Marina. “O processo dele chegou primeiro, então, é o que vale. Quando a gente leu, ele me dava três dias para responder ou eu perdia a guarda das crianças automaticamente para sempre. Isso é a maior violação dos direitos humanos”, diz a brasileira.

“Eu entrei com o amparo, que é como se fosse uma medida cautelar no Brasil, que foi o que fez com que conseguíssemos frear o processo da juíza da Cidade do México”, explica. No entanto, essa juíza não reconhece que o processo parou, ainda que a medida tenha vindo da justiça federal. Segundo Marina, ela não reconhece que recebeu a notificação.

 

Com informações de Crescer.
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