Dom Vital, Isabel Cristina e o frei Orlando, brasileiros cujos processos de beatificação estão em andamento.
Dom Vital, Isabel Cristina e o frei Orlando, brasileiros cujos processos de beatificação estão em andamento.| Foto:

No post anterior, recordamos sete brasileiros cujos processos de beatificação estão em andamento ou em vias de se iniciar. Muita gente gostou de conhecer esses brasileiros que foram exemplo de comunhão com Deus e de serviço ao próximo em nossas terras. Eles não são os únicos: há dezenas de processos de beatificação em andamento no Brasil. Confira aqui outros sete brasileiros que podem ser beatificados nos próximos anos. Seguimos aqui os mesmos critérios do outro post: são brasileiros natos e não estão incluídos aqueles que já foram beatificados.

Orlando Álvares da Silva

Nascido com o nome de Antônio, o frei Orlando é considerado patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército Brasileiro. Ele nasceu em 1913, em Morada Nova de Minas (MG) e foi ordenado padre em 1937. Era frade franciscano. Em São João del-Rei, deu aula e instituiu a “sopa dos pobres”. Vendo os preparativos da Força Expedicionária Brasileira para a Segunda Guerra Mundial, resolveu se alistar quando soube que precisavam de um capelão que fosse junto com as tropas para a Itália. Foi à guerra, mas morreu poucos dias antes da tomada de Monte Castello, em 1942, atingido por um tiro acidental. A fase diocesana de seu processo de beatificação foi concluída em 2009.

João Maria Cavalcanti de Brito

O padre João Maria nasceu em 1848 em Jardim de Piranhas (RN) e foi ordenado em 1871. Foi vigário em sua cidade natal e em outras cidades da região, até assumir a catedral de Natal em 1881. Sempre se destacou pelo serviço aos mais necessitados, participando do combate à seca, à epidemia de varíola e à escravidão. Percorria a pé ou de jumento os bairros pobres de Natal levando os sacramentos ou medicamentos homeopáticos que ele mesmo aprendeu a preparar. Fundou ainda uma escola para crianças pobres. Morreu, ele mesmo, de varíola em 1905. Embora tenha sido conhecido desde sua morte como “o santo de Natal”, seu processo de beatificação foi aberto só cem anos depois, em 2005.

Antonieta Farani

Filha de Italianos, Maria Concetta nasceu em Curitiba em 1906 e foi professora na zona rural, na região onde hoje é o município de Colombo. Ela encontrou forças para perdoar os seus padrinhos – que tinham dado um golpe na empresa de seu pai e levado a família à falência – quando, durante a consagração em uma missa, se deu conta das palavras “para a remissão dos pecados”. Entrou em 1926 na Congregação das Irmãs Passionistas, assumindo o nome de Antonieta de São Miguel Arcanjo. Intercalou suas horas de oração com o serviço a crianças, idosos, doentes e detentos, passando por diversas cidades. Foi superiora da congregação no Brasil por quatro meses, até a sua morte, em 1963, em São Paulo. Seu processo de beatificação se desenrola desde 1982.

Franz de Castro Holzwarth

Nascido em 1942 em Barra do Piraí (RJ), Holzwarth morou em Jacareí (SP) de 1960 até a sua morte, em 1981. Advogado, ele se dedicou à pastoral carcerária, participando da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Morreu durante uma rebelião em um presídio de Jacareí, alvejado em um tiroteio. A fase diocesana do processo de beatificação de Holzwarth, realizada na Diocese de São José dos Campos, foi concluída em 2010. Desde 1983, ele dá o seu nome a um prêmio concedido pela OAB/SP a personalidades que se destacam na defesa dos direitos humanos.

Vital Maria Gonçalves de Oliveira

Dom Vital era um frade capuchinho nascido em Pedras de Fogo, na divisa da Paraíba com Pernambuco, que foi nomeado bispo de Olinda por dom Pedro II em 1871 – aos 26 anos! Ao voltar de São Paulo, onde aconteceu a ordenação episcopal, libertou os escravos que estavam a serviço do bispado. Estava sempre à disposição de seu povo e levava uma vida de oração e penitência. Por ter atendido às recomendações do papa beato Pio IX e deixado clara a incompatibilidade entre o catolicismo e a maçonaria, dom Vital acabou preso em 1874, por ordem do Visconde do Rio Branco, que era maçom. O bispo permaneceu detido na Fortaleza de São José, no Rio, por mais de um ano e meio, até que o imperador o anistiou, pressionado pelo papa. Doente, foi a Paris em 1877 em busca de tratamento, mas morreu no ano seguinte, aos 33 anos. A fase diocesana de seu processo de beatificação foi concluída em 2001. Em 2012, a causa passou a ser conduzida pelos capuchinhos.

Isabel Cristina Mrad Campos

A jovem mineira Isabel sonhava em ser pediatra para cuidar de crianças carentes quando um homem, que tinha ido ao seu apartamento para montar um guarda-roupa, tentou estuprá-la e, dada a resistência da jovem, acabou assassinando-a com 15 facadas. Era 1982, ela namorava, tinha 20 anos e morava em Juiz de Fora. Nascida em Barbacena em 1962, Isabel participava sempre da missa e nas atividades de ajuda aos necessitados promovidas pela juventude vicentina. A Arquidiocese de Mariana concluiu a fase diocesana de seu processo de beatificação em 2009.

Gabriel Paulino Bueno Couto

Nomeado bispo aos 36 anos, esse carmelita de Itu (SP) nasceu em 1910. Foi bispo auxiliar em Jaboticabal, Curitiba, Taubaté e São Paulo, até ser nomeado o primeiro bispo diocesano de Jundiaí, onde permaneceu de 1966 até sua morte, em 1982. Guiou sua diocese com muito amor, deixando vários escritos em que compendiou sua visão profunda da fé cristã. Participou de todas as sessões do Concílio Vaticano II. A abertura do seu processo de beatificação foi autorizada em 1999.

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