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“Quando nasce um bebê, nasce uma mãe”. Há quem diga que esse famoso ditado tem uma continuação: “Quando nasce uma mãe, nasce uma eterna culpada”.  O acúmulo de responsabilidades sobre a mulher e a ideia de que a maternidade é algo absolutamente natural e intrínseco – ou seja, que a mulher já deveria nascer sabendo ser mãe – geram uma série de cobranças vindas de todos os lados, mas principalmente, da própria mulher.

Quando a mulher acredita que as funções maternais deveriam ser perfeitamente executadas por ela pelo simples fato de ser mulher, ela acaba se frustrando, pois, segundo a psicóloga do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, Letícia Sonaglio, a relação da mãe com o filho é construída pouco a pouco, assim como outras relações. “Parte dessa culpa que as mães sentem está relacionada a essa ideia que a mulher tem que nascer pronta para ser mãe”, afirma a psicóloga.

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Muitas mães acabam acreditando que há um ideal a ser seguido, que não basta serem ótimas mães, precisam também ser ótimas donas de casa, ótimas profissionais, além de estar – é claro – com o corpo em forma. A mulher se sente chamada a assumir todas essas funções e passa a admitir também a crença de que não se pode errar.

Para a psicóloga Gleice Justo, um dos ideais presentes na maternidade é o do bom desenvolvimento do filho, o que leva a própria criança a se tornar um objeto de representação de sucesso dos pais. “Deste modo, muitas mães passam a se cobrar, acreditando que não são o suficiente para os filhos, precisam trabalhar e sentem que estão deixando de lado aspectos importantes da educação”, afirma a psicóloga.

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Tudo passa a ser fonte de cobranças. Se os filhos comem mal, as mães se preocupam, mas se comem bem, também. “Existe uma necessidade de controle, com um certo grau de perfeccionismo”, explica Gleice. Para a psicóloga, a auto exigência é uma característica feminina da nossa geração e é algo que cada mulher precisa aprender a lidar. No entanto, é necessário reconhecer quando essas exigências passam a atrapalhar a sua vida pessoal, suas relações e seu convívio nos ambientes que frequenta.

“É muito comum que essa mãe sinta dificuldade na relação e criação dos filhos pois nunca relaxa e não consegue curtir, por exemplo, os momentos em família”, comenta Gleici. “Por isso, ela acaba deixando que a ansiedade e a necessidade de controle as levem sempre ao futuro, planejando, imaginando o que tem para fazer ou se culpando pelo que não fez”, completa.

Para superar esses sentimentos, Gleice separou alguns conselhos que podem ajudar as mães:

Busque o autoconhecimento, ele é fundamental para começar a identificar os seus comportamentos e perceber em que situações você está deixando que a cobrança e a auto exigência atrapalhem ou paralisem sua vida, suas relações e os papéis que desempenha.

Exercite viver no presente, compreendendo que, enquanto vive uma determinada situação, você não poderá se preocupar em resolver outras coisas e que deste modo poderá respirar fundo e pensar “uma coisa de cada vez”.

Coloque prioridades, sempre com começo, meio e fim. Por exemplo: se de manhã você fica com seu filho que é bebê e ele precisa de cuidados e atenção, você precisa entender que aquele é o tempo dele e que está tudo bem se as outras coisas estão por fazer. Fazendo uma coisa de cada vez você aprenderá a priorizar sem culpa.

Permita-se sair do controle. Essa é a chave para a redução da auto exigência. Entenda e respeite o fato de que a vida nem sempre será como você planejou.

 Aprenda a lidar com a sensação de vulnerabilidade, viver é estar exposta a riscos.

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