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A partir deste domingo (4) até o dia 24 de outubro, 270 autoridades católicas de todo o mundo reúnem-se no Vaticano, junto ao papa Francisco, para o Sínodo sobre a Família, encontro religioso que pretende discutir a instituição familiar no mundo contemporâneo. Estão na pauta alguns dos temas que geram mais controvérsia entre a Igreja e segmentos mais secularizados da sociedade, como a questão dos anticoncepcionais, da homossexualidade e dos divorciados em segunda união. O evento, contudo, não tratará apenas de assuntos polêmicos.

Em outubro de 2014, o Sínodo Extraordinário sobre a Família definiu os temas a serem debatidos no encontro deste ano. O Instrumentum laboris, documento de trabalho que determina os tópicos de discussão, faz um diagnóstico do contexto sociocultural dos problemas da família em diferentes partes do mundo. Menciona-se, por exemplo, o hábito difundido no ocidente de casais morarem juntos antes de se casar, mas também dramas típicos de outras regiões do mundo, como a poligamia e os casamentos arranjados entre famílias, em detrimento da vontade dos noivos.

Diagnóstico

Nesse diagnóstico, os problemas variam conforme o contexto cultural. Menciona-se, por exemplo, o hábito difundido no ocidente de casais morarem juntos antes de se casar, mas também dramas típicos de outras regiões do mundo, como a poligamia ou os casamentos arranjados entre famílias, em detrimento da vontade dos noivos.

Também estão na lista a sensação de impotência das famílias humildes diante das dificuldades econômicas, a falta de atenção à instituição familiar por parte dos governos e a crise demográfica, problema típico da Europa, causada pela queda na taxa de natalidade.

Matrimônio

Na segunda parte, o documento reforça a doutrina da indissolubilidade do matrimônio, afirmando não se tratar de “um julgo sobre os homens”, mas sim de um dom pelo qual Deus oferece sua ajuda para que os casais vivam a “fidelidade, a complementariedade recíproca e a abertura à vida”. Nesse trecho são mencionadas as famílias “feridas e frágeis” que devem ser acompanhadas pela Igreja com misericórdia e paciência nas possíveis “etapas de crescimento” no caminho da fé. Entre esses casos estariam os casais que se casaram apenas no processo civil, os divorciados em segunda união e os que simplesmente convivem, sem nenhum vínculo formal.

Na terceira parte, o documento aponta algumas propostas pastorais que desde já poderiam ser adotadas em todo o mundo, como a melhoria dos cursos de preparação ao matrimônio e o engajamento mais ativo das famílias católicas na pastoral familiar.

Ao drama dos casais separados e dos divorciados em segunda união, o documento dedica vários parágrafos, analisando causas e consequências do problema e discorrendo a respeito do possível acesso desses casais aos sacramentos da comunhão e penitência, um dos aspectos sobre os quais não se alcançou consenso no sínodo de 2014. O debate será retomado na edição deste ano.

Diferente do conclave, quando os cardeais votantes permanecem confinados, no sínodo os clérigos estão liberados para falar com os veículos de comunicação.

Números

Entre os 270 participantes, chamados de padres sinodais, estão 74 cardeais, 6 patriarcas, 73 arcebispos, 102 bispos, 2 padres e 13 membros de congregações religiosas.  Da África vêm 54 representantes, das Américas, 64, da Ásia, 36, da Europa, 107, e 9 da Oceania. Ainda participarão, como técnicos, 24 colaboradores do secretário geral, 51 auditores e 14 delegados fraternos.

Ao longo do sínodo, 18 casais devem fazer intervenções, além de 17 pais e mães de família, pertencentes aos grupos de colaboradores e auditores.

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