Crédito: arquivo pessoal
Crédito: arquivo pessoal| Foto:
Considero que este foi meu terceiro dia das mães, afinal o primeiro estava grávida (o que é uma experiência), o segundo com o bebê comigo (o que é outra experiência diferente), e o terceiro é com meu bebê comigo e à espera da minha princesinha :) Ou seja, três experiências bem diferentes.

A primeira das reflexões é a mistura de sentimentos que somos capazes de sentir quando nos tornamos mães. Durante tanto tempo sonhei e pedi a Deus a graça da maternidade e agora tem momentos que dá uma vontade de largar tudo e sair correndo, mas em segundos já bate uma saudade do meu filhinho e o plano de fuga já envolve levá-lo junto! Quanta controvérsia, não é?! Outra sensação é quando estou num cansaço extremo, daqueles que já não ando mais, só me arrasto, mas existe uma reserva de bateria que faz com que consiga chegar ao final do dia, colocar o bebê para dormir, tomar meu banho e ir deitar. E na madrugada, aquele “mamãe” todo manhoso que vem do quarto dele, faz com que me levante, mesmo sem conseguir abrir os olhos direito, morrendo de frio, abandone minha cama, pegue-o no colo e embale até voltar dormir como um anjo. Isso pode não parecer nada para você, mas lembro-me perfeito do meu tempo de solteira em que dormia 9hs por noite e se pudesse dormia mais, e quando estava na faculdade, trabalhando o dia todo e estudando a noite, só pensava que dormindo 4, 5 hs por noite, não ia chegar à formatura de tanto cansaço e sono, e agora… de onde vem essa força? Cadê a preguiça que me segura embaixo das cobertas nesse friozinho de madrugada curitibano?

Outra, que talvez algumas mães se identifiquem, é a difícil conciliação entre carreira profissional e maternidade. Por enquanto estou a tempo integral com meu filho, mas confesso que tem dias que sinto falta da minha profissão. Tento me satisfazer, quando possível, com o planejamento financeiro do lar, ou ajudando o marido numa planilha, num gráfico, ou ainda dando uma consultoria aqui, outra ali… Não sinto saudades do trânsito, das horas extras, das cobranças, do stress… sinto falta de exercer mesmo minha profissão. Mas ao mesmo tempo AMO cuidar do meu filho! Como me satisfaz trocar fralda, dar banho, colocar pra dormir, fazer comida e alimentá-lo, sentar com ele no chão para brincar, ensiná-lo e ver seu desenvolvimento diário, suas conquistas… todos os dias quando meu marido chega do trabalho recebe um relatório de como foi meu dia com nosso menino, conto com o maior entusiasmo, porque realmente me realiza ensiná-lo e educá-lo. Mas como divide o coração essa saudade que às vezes dá da minha profissão.

E por último, o que mais pensei, foi como mudei como pessoa! Alguns amigos mais próximos também concordam. Ás vezes olho pra trás e não reconheço a pessoa que era.  Passei a ser mais emotiva mas com uma resiliência e uma força que só o amor de mãe por filho é capaz de gerar dentro de nós. Tento resumir esse sentimento naqueles elásticos de fisioterapia, que são como uma faixa, tão finos mas você estica, estica, estica, com toda força, parece que vai rasgar, que vai arrebentar e ainda estica mais. Assim tem sido comigo. Por um filho, somos capazes de qualquer sacrifício, seja financeiro ou físico. Tenho pisado constantemente no meu orgulho, para que, pelo bem dos meus filhos, eu aceite ajuda sempre que preciso e reconheça minhas limitações. Tenho tirado forças que parecem ser sobrenatural enfrentando cansaço físico, mental e emocional, para que para ele e para ela, que esta à caminho, não falte o equilíbrio na alimentação, no sono, nas atividades…

Todas essas reflexões foram possíveis porque passei a maior parte deste meu terceiro dia das mães sozinha com meus filhos. O presente? Bom, meu marido se esforçou e nos levou para almoçar fora na sexta-feira anterior, mas meu maior presente foi poder mais uma vez sentir os bracinhos mais fofos e apertados em volta do meu pescoço, o pezinho mais forte dentro da minha barriga se esticando e pulando várias vezes, o ouvir “mãe” de quem quer um carinho e um mimo, o poder encaixar no meu colo e aquecer com todo meu amor meus anjos e beijar a bochecha mais fofa e lisinha. É verdade que o caminho não tem sido fácil, mas não trocaria nada nesse mundo pelos meus filhos e por toda essa experiência que eles me permitem viver. Espero que o seu dia da mães também tenha sido especial e cheio de amor. Ainda que atrasado, a todas mamães que acompanham o blog, FELIZ DIA DAS MÃES! Que Nossa Senhora nos dê forças e nos ensine a criar homens e mulheres íntegros para o mundo que vivemos.

 

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