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Crédito: https://pixabay.com/pt/irm%C3%A3os-meninos-crian%C3%A7as-beb%C3%AA-457234/| Foto:

Há um ano e sete meses publiquei um post sobre a expectativa em ser mãe de segunda viagem. Atendendo à querida leitora da nosso Blog, a Kelly Oliveira, compartilho agora como foi a experiência em quase um ano e meio da chegada da minha caçula.

As maiores dificuldades foram mais baseadas nas expectativas do que na realidade. Sempre o novo acaba trazendo ansiedade. Mas se tratando de maternidade é necessário, mais do que qualquer coisa, buscar equilíbrio e serenidade. A maior preocupação se “serei capaz de amar dois filhos” se transforma em descobrir que o amor tem um incrível fator multiplicador. E não só pelo fato de amar mais por serem mais filhos, mas como nosso coração dilata e adquirimos mais virtudes ao experimentar a capacidade de amar.

A apresentação na maternidade e chegada de mais um bebê em casa

Para apresentar ao irmão mais velho a irmãzinha ainda na maternidade, preparamos para ele um presente, um Mickey de pelúcia (que era o personagem que mais gostava então), e dissemos que a irmã que trouxe. Essa dica peguei pela internet e com outras amigas que tinham passado pelo segundo filho. No nosso caso, não fez tanta diferença. Ele gostou do Mickey, mas ver a irmãzinha foi muito mais sensacional. Para ele era como uma boneca que se mexia. Ao chegar em casa ele queria todo tempo ficar com ela no colo, fazer carinho, ficar olhando, e ele só tinha 1 ano e 10 meses. O fato do bebê dormir bastante enquanto novinho, ajudou muito a equilibrar a atenção com o mais velho. Claro que exige um pouco mais da mãe (que todo mundo manda dormir enquanto o bebê dorme… a máxima dos palpiteiros) mas se antes do bebê nascer, conseguir colocar o mais velho dentro de uma rotina, os momentos de descanso da mãe podem ser, na medida do possível, programados desde que tenha a ajuda de uma pessoa (mãe, sogra, esposo, babá, etc.).

O puerpério

Esta creio que seja a maior dificuldade. Cada mulher tem uma experiência no puerpério. Na grande maioria, com o primeiro filho, sentem a insegurança “do que fazer onde havia um casal de adultos e agora no meio tem um bebezinho indefeso e totalmente dependente“. No segundo filho pode ser a dúvida de “qual atendo primeiro”. O que me ajudou foi um apoio com o aleitamento (tenho uma amiga especialista na área que me ajudou quando bateu o desespero do leite descer), e manter o foco de que o bebê agora precisa: mamar, estar limpo e dormir. Já o mais velho precisa que sente junto para brincar, talvez ganhe uma comidinha especial que só você faz e ele gosta (vale a pena atentar-se o que pode ser, às vezes uma simples gelatina preparada com um: olha o que eu fiz pra você com carinho! Faz toda diferença), contar uma historia ou cantar antes de dormir, pequenos momentos, que ajudarão filho e mãe nesse momento de novidade e revolução hormonal. Receber o carinho em troca do filho nos ajuda muito nessa fase.

Incluir o irmão mais velho na rotina do bebê – dar responsabilidades e cuidar para não excluir

Na amamentação: sempre bate a curiosidade do mais velho. Cuidar para não deixá-lo(a) curioso(a). Sem medo, caso note que esta olhando, ofereça o peito. No meu caso, na primeira vez ele quis mamar, mas ao encostar a boca no peito, ficou em dúvida e não quis mais. Da segunda vez que ficou olhando, ofereci de novo e já não quis. Como colocava os dois para dormir no mesmo horário depois do almoço e a bebê mamava antes de dormir, abri uma exceção e passei a oferecer a mamadeira para o mais velhos para não se sentir excluído. Depois fui tirando aos poucos. Hoje ele não dorme mais a tarde e a menor dorme sem mamar.

Na troca de fraldas: principalmente se forem de sexos diferentes, surgirão muitas perguntas. Não tenha medo de explicar respeitando a individualidade de cada um. O mais velho precisa encontrar na mãe a confiança para tirar suas dúvidas e ao mesmo tempo respeitar a diferença do outro. Mas para incluí-lo na atividade, primeiro pedia que jogasse a fralda suja no lixo (era a maior alegria por estar ajudando), depois passei a pedir que me ajudasse a tirar os lenços umedecidos do pacote (acredite! Na hora daquele cocozão, é uma mão na roda alguém te ajudar com isso!). Ao passar do tempo, ele não quis mais ajudar e também não se importava de eu ter que dispor desse tempo para o bebê.

A rotina

Procurei aos poucos ajustar a rotina dos dois para que fossem iguais. O mais velho deixou de dormir depois do almoço mas isso foi um ponto positivo pois, até hoje, ele tem um tempo exclusivo da mamãe só pra ele. Tive que deixá-los no mesmo quarto, no começo atrapalhou um pouco o mais velho quando a bebê acordava de madrugada para mamar. Mas ele se acostumou e raramente um atrapalha o sono do outro, pois vão dormir e acordam na mesma hora. Isso acabou com que os dois se tornassem grandes companheiros. Se no meio da madrugada um vem para minha cama, de manhã a primeira pergunta é onde esta o irmão ou a irmã. Eles se cuidam muito. Ela chama atenção dele nas refeições (pois ele é mais demorado para comer) e ele se preocupa quando ela vai para escada. Brincam juntos, às vezes brigam por brinquedos (mas isso acaba sendo uma excelente oportunidade para formar muitas virtudes em ambos), e se ajudam mutuamente no desenvolvimento.

Em resumo

É muito comum ouvir que sou louca por ter filhos com idade próxima… já não me importo, afinal foi a melhor coisa que me aconteceu! Muita experiência do primeiro filho ainda esta “fresca” quando a segunda nasceu. Como muitos dizem: estava no embalo. É cansativo, não é fácil… mas tem um valor imensurável! Preciso mais dos meus filhos do que eles de mim. Pois só por amor a eles tenho arrancado virtudes que talvez jamais me moldaria. Quem se abre para viver a maternidade em plenitude só tem a ganhar. Ganha em crescimento, em maturidade e (o melhor de tudo) ganha um amor puro e verdadeiro em troca, impagável! Se vale a pena? Valeu a vida!

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