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O número de bebês nascidos de muçulmanos vai ultrapassar o de bebês nascidos entre cristãos no período de 2030 a 2035. É o que conclui uma projeção do Pew Research Center, um dos mais conceituados institutos de pesquisa dos Estados Unidos. A população cristã está atualmente em crescimento e continuará a aumentar, mas de forma mais modesta que a islâmica. Segundo dados de 2015, há 2,3 bilhões de cristãos no mundo e 1,8 bilhão de muçulmanos. Pessoas sem religião contabilizam 1,2 bilhão e hindus são 1,1 bilhão.

Segundo o estudo, entre 2010 e 2015, nasceram 213 milhões de bebês de mães muçulmanas e 223 milhões de cristãs. Entre 2030 e 2035, porém, nascerão 225 milhões de bebês de muçulmanas e 224 milhões de cristãs. Para o período 2055-2060, essa projeção vai para 232 milhões entre muçulmanos e 226 milhões entre cristãos. A população cristã total, porém, continuará maior do que a muçulmana.

Gráfico do Pew Research Center. Gráfico do Pew Research Center.

O Pew Research Center explica que uma das causas desse cenário é o envelhecimento da população cristã. Nos anos recentes, os cristãos representaram uma porcentagem grande das mortes em todo o mundo – 37%, sendo que os cristãos em 2015 correspondiam a 31% da população mundial. Na Europa, a taxa de mortalidade entre cristãos já excede a de nascimentos. Os únicos países do continente em que há significativamente mais nascimentos do que mortes entre cristãos são a Espanha, a França, a Suíça, a Irlanda, a Polônia, a Finlândia, a Islândia e a Noruega.

A população muçulmana é mais jovem e tem taxas de fertilidade mais altas. Já o número de pessoas que não se identificam com nenhuma religião sofrerá um declínio nas próximas décadas em relação à porcentagem da população mundial e crescerá bem pouco em número absolutos. Entre 2055 e 2060, apenas 9% dos bebês do mundo todo nascerão de mulheres sem religião. Por outro lado, mais de 70% nascerão de muçulmanas ou cristãs.

 

População mundial

Tanto o cristianismo quanto o islamismo abocanharão uma maior porcentagem da população mundial até 2060. Os muçulmanos passarão de 24% da população mundial em 2015 para 31% em 2060. Os cristãos, que são hoje 31% da população mundial, serão 32% em 2060. Naquele ano, portanto, haverá 3 bilhões de muçulmanos no mundo e 3,1 bilhões de cristãos.

Outras religiões crescerão em números absolutos, mas não percentualmente em relação à população global. O budismo é a principal exceção, perdendo adeptos também em números absolutos: passará de 500 milhões de pessoas em 2015 para 462 milhões em 2060.

 

Outros fatores

Essa projeção leva em consideração não apenas nascimentos e mortes, mas também mudanças de religião, embora elas afetem pouco os números finais. Entre 2010 e 2015, por exemplo, houve um decréscimo de 9 milhões de cristãos devido a mudanças de religião. Já os muçulmanos aumentaram os seus adeptos em 500 mil, enquanto o número de pessoas sem religião aumentou em 8 milhões, pelo mesmo fator.

Um fator muito mais importante são as diferenças entre as regiões geográficas que concentram cada grupo religioso. Hoje, 75% das pessoas sem religião estão em países com altas taxas de envelhecimento da população e baixa fertilidade, como a China, o Japão e parte da Europa. Já a crescente e jovem população da África subsaariana concentra boa parte dos cristãos e dos muçulmanos do mundo todo.

 

 

Acesse a íntegra da pesquisa.

 

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