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Uma pesquisa recente da Pew Research Center revela que há uma grande diferença entre homens e mulheres quando o assunto é religião. O levantamento do instituto norte-americano mostra que mulheres tendem a ser mais religiosas do que os homens, especialmente no cristianismo. Entre os entrevistados cristãos, 83,4% das mulheres afirmaram praticar a sua fé, contra 79,9% dos homens.

“Essa é uma das coisas mais paradoxais no que diz respeito à religião como uma característica da sociedade humana”, diz a análise da revista britânica The Economist sobre a pesquisa. “O seus fundadores, dirigentes e guardiães têm sido geralmente, com exceções importantes, homens. Mas os seus praticantes mais fiéis, inclusive e talvez principalmente em tempos de adversidade, têm sido as mulheres”.

Os Estados Unidos têm a maior diferença de proporção entre todos os países: lá, 60% das mulheres consideram a religião importante, comparado a 47% dos homens. 64% das norte-americanas rezam todos os dias, enquanto apenas 47% dos homens o fazem. Além disso, 40% das mulheres do país vão à igreja semanalmente, contra 32% dos homens.

“Em todas as mensurações de comprometimento religioso examinadas, as mulheres cristãs são mais religiosas que os homens cristãos”, diz o estudo.

Homens judeus rezando diante do Muro das Lamentações, em Israel (crédito: Bigstock). Homens judeus rezando diante do Muro das Lamentações, em Israel (crédito: Bigstock).

Judaísmo e Islã

Mais isso não é verdade para todas as religiões. No islamismo e no judaísmo, são os homens os mais propensos a praticar à prática religiosa. Isso se dá, segundo o Pew, porque ambas as religiões “priorizam a participação dos homens nos cultos”.

Os homens muçulmanos são muito mais propensos a praticar a sua religião do que as mulheres, de forma a constituir quase que uma inversão do modo como os homens e mulheres cristãos encaram a sua prática religiosa.

O mesmo ocorre entre os judeus ortodoxos. Em Israel, os homens são 19% mais propensos a ir à sinagoga do que as mulheres, de acordo com o site Quartz, que explica: “No judaísmo, cerimônias religiosas não acontecem sem um quórum mínimo de dez homens”.

Em geral, os pesquisadores dizem que as mulheres são mais propensas a ser religiosas do que os homens devido a uma diferença genética, o assim chamado “gene de Deus”, isto é, a ideia a fé requer uma ligação emocional, que é mais comum nas mulheres por questões evolutivas, explica o professor David Voas, do Departamento de Ciência Social da University College London.

Mesmo que os líderes das religiões pelo mundo, sejam em geral homens, são as mulheres que mais se empenham em difundir a sua mensagem e a transmiti-la à próxima geração.

“Durante o regime ateísta soviético, foram as mulheres que mantiveram a chama da fé acesa e a transmitiram aos seus filhos”, diz The Economist. “Foram as avós que mantiveram os ícones religiosos em suas casas e ensinaram as crianças a rezar”.

De fato, parece que as mulheres têm mostrado há muito tempo uma melhor compreensão do que é a religião e de como funciona o culto, evidenciando que essa é uma norma cultural que dura até hoje.

“As mulheres, melhor do que os seus maridos, conseguem ver e descrever como a fé a os costumes interagem”, diz The Economist.

mapa religioes Em laranja, os países em que as mulheres afirmam rezar diariamente. (crédito: Pew Research Center)

 

Com informações de The Economist e Deseret News

Colaborou: Felipe Koller

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