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A Igreja Católica ganhou ontem (07/02) um novo beato, com uma característica singular: trata-se de um samurai do século XVI. O beato Justo Takayama Ukon nasceu em 1552 e foi batizado em 1564, quando a sua família se converteu ao cristianismo. Em 1587, quando uma ordem obrigou todos os japoneses a abandonar a fé católica, Ukon se recusou, perdeu suas posses e títulos e foi exilado, morrendo um mês depois de chegar às Filipinas.

Ukon foi casado e teve três filhos e uma filha. Como daimiô, ou seja, um grande senhor de terras, ele ajudou os jesuítas a se expandir pelo país. O cristianismo florescia no Japão, até que o governo do chanceler Toyotomi Hideyoshi baniu os missionários e pressionou a elite japonesa a abandonar a fé cristã. Na época, Ukon tinha 35 anos e preferiu renunciar aos seus feudos e viver na obscuridade a renunciar à sua fé.

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Em 1614, o cristianismo foi proibido de vez no Japão pelo xogum Ieyasu Tokugawa. Ukon liderou então um grupo de trezentos católicos que buscou exílio nas Filipinas. Já com mais de sessenta anos e debilitado pela perseguição, porém, o samurai morreu pouco mais de um mês depois de chegar a Manila, em 5 de fevereiro de 1615.

Ainda que não tenha morrido executado, as perseguições que Ukon enfrentou e a morte no exílio caracterizaram-no como mártir. O decreto que reconheceu o seu martírio foi assinado pelo papa Francisco em janeiro de 2016.

O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, presidiu a celebração de beatificação, na cidade japonesa de Osaka, com a participação de cerca de 10 mil fiéis. O cristianismo representa por volta de 2% da população do Japão.

Na Igreja Católica, uma vez reconhecido o martírio, pode-se proceder à cerimônia de beatificação. Agora, para que Ukon seja canonizado, é necessário o reconhecimento de um milagre ocorrido por sua intercessão. Sua festa litúrgica será comemorada todo dia 3 de fevereiro nas comunidades católicas do Japão.

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