Foto: Wikimedia Commons.
Foto: Wikimedia Commons.| Foto:

Um grupo de 128 pais de alunos do Colégio Santo Agostinho, que conta com três unidades em Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima, remeteu uma notificação extrajudicial à entidade mantenedora da instituição, mostrando-se contrários à abordagem de assuntos ligados à sexualidade e a questões de gênero nas aulas. Segundo a notificação, datada de 3 de julho, “referidas matérias não devem ser expostas a nossos filhos, salvo pela própria família”.

Os pais dizem não ter sido informados de que temas “relacionados aos comportamentos sexuais (homossexualismo, bissexualismo, transexualismo, contracepção) e ainda relativos à sexualidade de pessoas adultas, como a prostituição, masturbação, aborto, entre outros temas correlatos” seriam abordados na grade do ensino fundamental, “inclusive e principalmente em Ensino Religioso e Ciências”.

Ex-transgêneros falam sobre seus arrependimentos em novo documentário

O grupo de pais diz ainda que não autoriza que esses conteúdos sejam apresentados em sala, seja “através de vídeo, slides, dever de casa, exposição verbal, música, livros de literatura ou material didático”. Católico, o colégio é gerido pela Ordem de Santo Agostinho e a entidade mantenedora, Sociedade Inteligência e Coração, é presidida pelo frei Pablo Gabriel Lopes Blanco.

 

Ideologia de gênero

Em entrevista conjunta, três representantes do grupo, Elder Diniz, Tânia Macedo e Márcia Faria, dizem que isso poderia ter parado antes “se a escola tivesse poupado nossos filhos de conteúdos que julgamos inadequados”. Eles dizem que os seus filhos estão sendo expostos a “ideologias e falácias no conteúdo acadêmico apresentado em sala de aula”, citando capítulo do livro de ciências do 6º ano do ensino fundamental.

Ônibus combate ideologia de gênero com frase “Meninos têm pênis. Meninas têm vagina”

De modo particular, os representantes do grupo se referem à teoria ou ideologia de gênero. Segundo eles, o conteúdo exposto em sala “informa que a identidade feminina ou masculina é uma construção social e não apenas uma determinação biológica. E mais, que como construção social as relações entre homens e mulheres podem ser transformadas”. “Nós, pais que assinamos a notificação, não concordamos com essa afirmação”, dizem os representantes do grupo.

Para eles, os adeptos da ideologia de gênero querem ensinar às crianças e adolescentes “que elas, socialmente falando, não são homens ou mulheres, mas podem escolher qualquer opção sexual”. A seu ver, tratados dessa maneira “a criança e o adolescente perdem os referenciais éticos e antropológicos da construção da própria identidade”, o que pode produzir “confusão”.

Segundo Diniz, Macedo e Faria, a escola não deve ensinar “conteúdos que incidem na formação moral das crianças e adolescentes e que os pais consideram inadequados, muito menos quando você percebe claramente que se trata de conteúdos ideológicos, que desconstroem os valores ensinados no lar”.

 

A resposta do colégio

O colégio emitiu uma nota na segunda-feira (10/07), dizendo ser “responsável pela educação de cerca de 8 mil alunos de diferentes realidades e crenças”. “Nosso projeto pedagógico, fundamentado nos princípios cristãos, católicos e agostinianos, contempla a sociedade pluralista em que vivemos, abordando, de forma dialogal e respeitosa, os desafios do mundo contemporâneo”, diz o comunicado.

A instituição repudiou “o uso de interpretações equivocadas por aqueles que têm como objetivo distorcer nosso projeto pedagógico” e reafirmou sua “sintonia com o magistério do papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho e as orientações pastorais da Arquidiocese de Belo Horizonte”.

Mudança de sexo em crianças é “abuso infantil”, diz Camille Paglia, intelectual lésbica e ateia

“Continuaremos seguros em nossa missão de criar condições para que os alunos possam protagonizar sua própria formação integral (integrada, crítica e criativa), com autonomia e responsabilidade. Para tal, contamos com uma equipe de professores altamente qualificados”, pontuou o comunicado.

Normalmente, uma notificação extrajudicial é enviada antes da abertura de um processo na Justiça. Ela representa uma comunicação para que o órgão notificado tome ciência do problema e resolva a situação antes que ele seja acionado na Justiça. O grupo de pais está disposto a recorrer a medidas judiciais caso a “agenda pró-ideologia de gênero” não seja revertida, informaram os seus três representantes.

 

Com informações do jornal Estado de Minas.

*****

Recomendamos também:

***

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter.

 

Deixe sua opinião