Mundo adulto, realidade inevitável
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Introduzir nossos filhos no mundo adulto tem se tornado o maior desafio para pais e educadores.

Em minha convivência com crianças e adolescentes, o que mais ouço são reclamações de que “minha mãe não me deixa fazer” ou “minha mãe não me deixa crescer”.

São reclamações intensas deste comportamento materno super protetor que está transformando a geração futura em seres humanos que não desafiam limites, que acreditam que o mundo deverá administrar toda e qualquer situação.

Dessa forma, acabam sendo preparados para um mundo onde a ação não tem reação, onde atitudes de empatia e solidariedade, gentileza e boa educação não valem nada.

Estamos provendo seres humanos que valorizam a casca, e não o conteúdo.

O melhor celular, o melhor tênis, a melhor viagem… Tudo isso é valorizado, enquanto a essência real de cada um é algo que não se consegue encontrar. É muito importante rever alguns de nossos conceitos, como adultos da relação.

Conceitos de família, da vida dentro de casa. Conceitos que aprendemos com nossos pais e que, hoje, talvez estejamos tímidos e temerosos em ensinar aos nossos filhos.

Como explicar uma criança pré-adolescente de 12 anos com um Samsung S9? Tendo contato com uma tecnologia dessas, o que faremos quando ele chegar aos 15 anos? E como será sua realidade aos 18?

A frustração acabará sendo inevitável no momento em que não conseguirmos fazer suas vontades, ou quando nossa gestão pessoal e financeira não der conta. Isso sem falar da tristeza gerada, ou até depressão.

Sim, hoje os jovens estão ficando deprimidos porque não conseguem o que querem, na hora que querem, pois nunca foram confrontados. Nunca foi lhes dito “não” na hora apropriada.

Para complementar o processo, casos de depressão ou ansiedade na adolescência podem desencadear processos de auto mutilação, com cortes de pulsos e tornozelos, ou mesmo auto medicação… Os jovens pensam que somente assim chamarão atenção para que o mundo dê a eles o que querem.

Nesse sentido, precisamos fazer nossos filhos experimentarem as frustrações da vida adulta: sofrer, trabalhar em casa, participar da vida da família e não deixar que cresçam acreditando que o mundo proverá tudo que desejam.

Nunca esqueçamos: não somos perenes. Iremos embora e nossos filhos ficarão. Faça uma reflexão: estou preparando meu filho para sobreviver sozinho?

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