Deformação no crânio de menina é operada com ajuda de impressora 3D
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Jacira é uma pequena menina angolana que, mesmo antes de nascer, já havia passado por uma difícil situação. É que ainda durante sua gestação, em 2015, ela foi diagnosticada com encefalocele, uma má formação craniana, que faz com que parte do cérebro fique exposto e suscetível a traumas. A cirurgia de alta complexidade capaz de corrigir a deformação após o nascimento foi feita no Brasil, em maio deste ano, quando a menina estava com um ano de idade – e o mais impressionante foi que a confecção de um modelo 3D da cabeça da garota para ajudar na preparação dos cirurgiões fez toda a diferença no procedimento.

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A viagem de Jacira e sua mãe Yara Alexandre Almeida Francisco até o Brasil foi subsidiada pelo governo angolano, por causa da raridade do problema, que afeta um em cada 40 mil nascidos no mundo. Já no país, Jacira foi atendida por especialistas do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, sendo cuidada especialmente pela neurologista Giselle Coelho e pelo cirurgião plástico Maurício Mitsuro Yoshida, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. Eles utilizaram no planejamento cirúrgico os biomodelos impressos em 3D doados pela empresa BioArchitects. Eles foram criados a partir de exames da própria paciente e reproduziram fielmente o problema específico para melhor visualização dos médicos.

O uso da técnica foi imprescindível para o sucesso do procedimento, porque em cirurgias de encefalocele, que requerem a extração total ou parcial de parte do cérebro, há um risco sério de hemorragia e de sequelas para o paciente. A incisão precisa ser muito bem planejada para minimizar possíveis cicatrizes. No caso de Jacira, esse era um ponto especialmente importante, porque seu problema se localizava na região frontal e exigia a remodelação craniana para fechar a falha óssea em seu rosto.

A cabeça da menina foi reproduzida fielmente pela impressora 3D. Imagem: BioArchitects A cabeça da menina foi reproduzida fielmente pela impressora 3D. Imagem: BioArchitects

Com o biomodelo impresso em mãos, os especialistas tiveram mais facilidade para definir o melhor acesso e a melhor técnica a ser utilizada, mostrando aos residentes e jovens cirurgiões como seria o procedimento, com detalhes milimétricos, assim como as possíveis complicações a serem prevenidas. As texturas do modelo buscavam reproduzir cada tipo de tecido: osso, pele, etc. A partir disso o procedimento foi agendado.

Além de ser utilizado para a preparação dos cirurgiões e equipe, com o biomodelo impresso em 3D em mãos, a mãe de Jacira pode compreender o que seria feito, o que lhe proporcionou maior segurança e tranquilidade.  A cirurgia foi um sucesso, já que a técnica auxiliou na diminuição do volume necessário de transfusão sanguínea e na redução do tempo intraoperatório em 2h30, evitou a necessidade de um novo procedimento futuro e proporcionou a Jacira uma rápida recuperação. A pequena não teve nenhuma alteração em seu desenvolvimento neuropsicomotor e tem evoluído de forma adequada à sua idade.

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