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Diferença básica entre alma vegetativa, alma sensitiva e alma intelectiva.

A alma vegetativa pertence à ecologia em geral; qualquer coisa neste mundo que possua movimento em seu corpo, como uma árvore, (em que a seiva movimenta-se desde a raiz até as folhas) possui alma vegetal, pois, para a filosofia tomista, a alma é o movimento intrínseco de um corpo.

Já a alma sensitiva diz respeito aos seres vivos que possuem a faculdade de sentir; olfato, paladar, tato, visão e audição. Pelo meio interno e externo o ser consegue perceber, pelos órgãos receptores, as sensações ao redor.

A alma intelectiva é infinitamente mais complexa que a vegetativa e a sensitiva, pois, além de possuir as faculdades dessas duas, possui o dom do intelecto, capaz, não apenas de pensar sobre as coisas da existência, como ter consciência de sua própria existência.

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O dom inserido na alma intelectiva é metafísico, pois consegue ir além dos sentidos, além da carne, além do que é mortal.

A alma intelectiva não está sujeita às faculdades da alma vegetativa ou da sensitiva, e aí reside a sua imortalidade.

Uma laranjeira não pode dar uvas, assim como um cachorro não pode ter o dom do intelecto. Na semente de laranjeira há a potência da laranja. Assim como num embrião humano há a potência intelectiva. Na semente da laranjeira está inserida a potência da laranja, da seiva, dos galhos e folhas da laranjeira e tão somente da laranjeira. A semente é a causa e a laranjeira é o efeito final.

O efeito não pode ser mais perfeito que a causa. Assim, tudo o que há no efeito (a laranjeira já formada) já existia em potência na semente.

Por isso uma planta jamais terá alguma faculdade própria da alma sensitiva, pois o efeito nunca é mais perfeito do que a causa. A causa deve ter a mesma perfeição do efeito.

Assim sendo, podemos afirmar que o embrião humano possui intelecto desde o momento de sua formação, ou seja, desde o encontro do espermatozoide com o óvulo. No momento exato da fecundação já existe em potência todas as faculdades de uma pessoa adulta.

Como dissemos no início, a alma intelectiva é infinitamente superior a alma vegetativa e a sensitiva. O ato de inteligir é imaterial. O que causa, o que cria o intelecto não provém de uma causa material, pois a causa deve ser tão perfeita quanto o efeito, assim a causa da alma intelectiva também é imaterial, assim como seu efeito.

É impossível que a causa da alma vegetativa crie um efeito pertencente a alma sensitiva ou intelectiva. Já a causa da alma intelectiva produz efeitos das 3 almas aqui expostas. Não se trata de haver 3 almas separadas no ser humano. O homem possui apenas uma alma. Esta alma intelectiva é responsável pelas faculdades vegetativas, sensitivas e intelectivas. Aristóteles explica comparando as figuras: Assim como em um quadrilátero está inserido um triângulo, assim na alma intelectiva estão inseridas as faculdades da alma vegetativa e sensitiva.

No que mais o homem se assemelha a Deus é em seu intelecto. Somente Deus pode ser a causa do intelecto humano. A matéria jamais causará um efeito imaterial. O dom de inteligir ultrapassa a matéria. Trata-se de metafísica pura e simples. Portanto,  desde o momento da fecundação, a alma humana é imperecível e eterna.

 

Para um estudo mais detalhado sobre a alma humana, sugerimos o artigo Ser e Operações Segundo São Tomas de Aquino, por Sidney Silveira.

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